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Falta de produtos nos supermercados recua em setembro, mas cerveja lidera alta de preços e rupturas

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O abastecimento dos supermercados brasileiros apresentou melhora em setembro, segundo o Índice de Ruptura da Neogrid, que caiu para 11,9%, representando uma redução de 1,2 ponto percentual em relação a agosto. O indicador, que mede a ausência de produtos nas gôndolas, aponta uma recuperação no fornecimento de itens básicos da cesta do consumidor.

Entre as categorias com maior melhora, destacam-se arroz, feijão, café, azeite e ovos, que apresentaram queda nas taxas de ruptura. Em contrapartida, a cerveja foi a única categoria a registrar aumento na falta de produtos e nos preços no período.

Consumo mais cauteloso e troca de marcas ganham força

De acordo com Robson Munhoz, Chief Relationship Strategist da Neogrid, a redução das rupturas indica um “ajuste positivo no abastecimento após meses de instabilidade”, embora o setor ainda enfrente pressões de custo e inflação.

Munhoz ressalta que, mesmo com leve recuperação nas vendas, o consumidor continua mais cauteloso e disposto a substituir marcas por opções mais baratas.

Uma pesquisa recente da Neogrid e Opinion Box (“Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização”, 2025) confirma esse comportamento: 82% dos entrevistados afirmaram ter trocado produtos por alternativas de menor preço, motivados pela necessidade de economizar e pela resistência em pagar valores acima do habitual.

Cerveja é exceção: falta aumenta e preços disparam

Enquanto o abastecimento de alimentos básicos melhorou, o setor de bebidas registrou piora. A ruptura da cerveja subiu de 12,1% para 12,8%, acompanhada por alta generalizada nos preços.

  • Cerveja artesanal: R$ 19,93 → R$ 21,63
  • Escura: R$ 14,78 → R$ 15,84
  • Clara: R$ 13,56 → R$ 14,68
  • Sem álcool: R$ 15,51 → R$ 16,29
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A alta reflete uma série de fatores produtivos e de consumo. Segundo o IBGE, a produção de bebidas alcoólicas caiu 11% em agosto, impactando o volume disponível nas cervejarias. Além disso, as baixas temperaturas no Sul e Sudeste — principais mercados consumidores — reduziram a demanda. Grandes indústrias também ajustaram seus estoques visando o aumento de consumo esperado para o fim do ano.

Outro ponto relevante é a chamada “crise do metanol”, que reduziu a confiança dos consumidores em destilados e incentivou a migração para a cerveja, considerada uma alternativa mais segura. De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), bares e restaurantes em capitais como São Paulo e Belo Horizonte têm observado queda nas vendas de drinques e aumento no consumo de cerveja.

Alimentos básicos têm menor ruptura, mas preços seguem em alta
Arroz

A falta do produto recuou de 8,9% para 7,1%, enquanto os preços subiram levemente:

  • Branco: R$ 5,37 → R$ 5,63
  • Parboilizado: R$ 4,92 → R$ 5,19
  • Integral: R$ 10,76 → R$ 11,96
Feijão

O índice caiu de 8,4% para 6,4%, com aumento em todas as variedades:

  • Carioca: R$ 6,71 → R$ 6,92
  • Preto: R$ 5,92 → R$ 6,00
  • Vermelho: R$ 13,13 → R$ 13,58
  • Branco: R$ 19,03 → R$ 19,59
Café

O café apresentou redução de 9,6% para 7,9% na ruptura, mas preços em alta:

  • Café em pó: R$ 80,52 → R$ 85,92
  • Café em grãos: R$ 135,92 → R$ 140,37
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Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o produto deve ter reajuste entre 10% e 15% a partir de outubro, impulsionado pela valorização do café verde na Bolsa de Nova York e pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a commodity brasileira.

Azeite

A ausência do produto nas gôndolas caiu de 9,7% para 8,7%, mas os preços seguiram em elevação:

  • Extravirgem: R$ 90,60 → R$ 96,65
  • Virgem: R$ 75,79 → R$ 78,11
Ovos

A categoria teve a maior melhora no abastecimento, com queda de 23,0% para 20,4% na ruptura. Ainda assim, houve leve aumento de preços:

  • Caixa com 10 unidades: R$ 13,43 → R$ 13,86
  • Caixa com 12 unidades: R$ 12,12 → R$ 12,22
  • Caixa com 20 unidades: R$ 11,66 → R$ 11,93
  • Caixa com 24 unidades: R$ 16,91 → R$ 17,73
Panorama: melhora no abastecimento, mas inflação ainda pesa

O cenário de setembro indica uma recuperação gradual no abastecimento do varejo, mas com pressão inflacionária persistente sobre os preços. Itens essenciais, embora mais disponíveis, continuam mais caros, o que reforça a tendência de substituição de marcas e maior busca por promoções entre os consumidores.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Exportações de café ultrapassam US$ 1,28 bilhão em outubro, com alta no preço médio e queda no volume embarcado

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Faturamento com café não torrado passa de US$ 1,28 bilhão em outubro

O faturamento total das exportações de café não torrado atingiu US$ 1,285 bilhão nos 18 dias úteis de outubro de 2025, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta terça-feira (28). No mesmo período do ano anterior, o total havia sido de US$ 1,307 bilhão, considerando 22 dias úteis.

Apesar da leve redução no volume total embarcado, o desempenho médio diário apresentou crescimento expressivo. Em outubro de 2025, a receita média por dia útil foi de US$ 71,394 milhões, avanço de 20,1% em relação à média de US$ 59,447 milhões registrada em outubro de 2024.

Volume exportado cai, mas valor do grão tem forte valorização

O volume total exportado de café não torrado na quarta semana de outubro/25 foi de 199,8 mil toneladas, contra 279,2 mil toneladas no mesmo mês do ano anterior. A média diária também apresentou retração de 12,5%, passando de 12,692 mil toneladas (out/24) para 11,100 mil toneladas (out/25).

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Mesmo com a queda no volume, o preço médio do café não torrado teve alta de 37,3% em relação ao mesmo mês de 2024, passando de US$ 4.683,70 para US$ 6.431,90 por tonelada. O movimento reforça a valorização do produto brasileiro no mercado internacional, sustentada pela demanda aquecida e menor oferta global.

Café torrado e derivados também registram crescimento na receita

O desempenho positivo também foi observado nas exportações de café torrado, extratos, essências e concentrados. O volume embarcado nesses 18 dias úteis de outubro/25 somou 8,057 mil toneladas, ligeiramente abaixo das 8,681 mil toneladas embarcadas em outubro/24.

Apesar da leve queda no volume, a média diária avançou 13,4%, alcançando 447 toneladas por dia, contra 394 toneladas no mesmo período do ano anterior.

O faturamento total das exportações de café torrado e derivados chegou a US$ 99,909 milhões, superando os US$ 89,194 milhões de outubro/24. A receita média diária aumentou 36,9%, passando de US$ 4,054 milhões para US$ 5,550 milhões.

Já o preço médio de venda teve valorização de 20,7%, saltando de US$ 10.273,80 em outubro/24 para US$ 12.399,30 em outubro/25, refletindo a forte demanda internacional por cafés industrializados brasileiros, especialmente nos mercados da Europa e da Ásia.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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