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Setor arrozeiro cobra união entre produtores, indústria e governo para evitar colapso econômico

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O mercado brasileiro de arroz enfrenta uma crise estrutural sem precedentes, concentrada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, responsáveis por mais de 80% da produção nacional.

De acordo com dados da Emater-RS e da Epagri/SC, o setor sofre com estoques elevados, preços insustentáveis e retração nos investimentos, o que pode prolongar a instabilidade até 2027.

Santa Catarina registra queda na área plantada e forte descapitalização

Em Santa Catarina, a área de plantio deve recuar mais de 1%, ficando abaixo de 144 mil hectares. O cenário é preocupante: a saca de 50 kg tem sido negociada em torno de R$ 51, valor muito inferior ao custo mínimo de produção, estimado em R$ 70.

A defasagem nos preços causa graves prejuízos financeiros aos produtores, que enfrentam risco crescente de “quebradeira generalizada”.

Na indústria, a rentabilidade é quase nula, e cresce o temor de demissões em massa, caso não sejam implementadas medidas emergenciais. As principais demandas do setor incluem:

  • Aquisição governamental de 1 milhão de toneladas de arroz;
  • Equiparação tributária do ICMS entre estados;
  • Políticas coordenadas para escoamento de estoques e estímulo ao consumo interno.
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Rio Grande do Sul mantém bom vigor nas lavouras, mas rentabilidade é negativa

No Rio Grande do Sul, as lavouras apresentam emergência uniforme e bom desenvolvimento vegetativo, mas o risco econômico permanece alto. O preço da saca FOB Fronteira Oeste caiu novamente nesta semana, ficando entre R$ 55 e R$ 56, valor insuficiente para cobrir os custos médios de produção.

Segundo o consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o quadro é agravado por fatores externos, como o impacto das duas supersafras consecutivas da Índia, que adicionaram cerca de 30 milhões de toneladas anuais ao mercado global, pressionando as cotações internacionais e reduzindo a competitividade dos países do Mercosul.

Recuperação só deve ocorrer após 2027, aponta o setor

A expectativa é que a recuperação dos preços e das margens ocorra apenas a partir de 2027, dependendo da combinação de políticas públicas eficazes, ampliação do crédito rural, ajustes fiscais e reposicionamento comercial.

“O consenso entre as principais entidades do setor é claro: sem união entre lavoura, indústria e governo, o risco de colapso produtivo e social aumenta”, afirma Oliveira.

Para o especialista, a mobilização conjunta é essencial para preservar a segurança alimentar e restabelecer a sustentabilidade econômica do arroz brasileiro.

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Preços do arroz seguem em queda no Rio Grande do Sul

A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) encerrou o dia 23 de outubro cotada a R$ 57,22, recuo de 0,34% em relação à semana anterior.

Na comparação mensal, a queda foi de 7,63%, e em relação ao mesmo período de 2024, a desvalorização acumulada chega a 51,76%.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Cana-de-açúcar impulsiona a economia de Uberaba e consolida a cidade como potência do agronegócio em Minas Gerais

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O município de Uberaba (MG) se consolida como um dos principais polos do agronegócio brasileiro, tendo na cana-de-açúcar um dos pilares do seu desenvolvimento econômico e social.

Atualmente, a cidade possui a maior área plantada de cana-de-açúcar do país, com uma produção de aproximadamente 9 milhões de toneladas por safra. Quando somada à produção dos municípios vizinhos — que integram uma região com cerca de 10 cidades — o volume chega a 30 milhões de toneladas, colocando Uberaba como referência estadual no setor sucroenergético.

Minas Gerais, por sua vez, registrou 83 milhões de toneladas na safra 2024/25, e boa parte desse desempenho vem justamente do Triângulo Mineiro.

Geração de emprego e renda no setor sucroenergético

Uberaba abriga duas usinas industriais e é cercada por outras cinco unidades em cidades próximas, formando um polo integrado de produção de açúcar, etanol e bioenergia.

O setor emprega 4 mil trabalhadores diretamente e mais de 13 mil de forma indireta, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho.

Além da geração de vagas, o salário médio dos profissionais do setor é 42% superior à média geral da cidade, o que eleva o poder de consumo e movimenta o comércio local.

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Quando considerada toda a região canavieira, o número de empregos diretos e indiretos chega a 46.711, reforçando a importância econômica e social da atividade.

Desenvolvimento regional e diversificação produtiva

A cana-de-açúcar também impulsiona o crescimento de cidades vizinhas, que dependem de Uberaba como centro regional de educação, saúde, serviços e lazer. Esse movimento amplia a circulação de renda e fortalece o comércio local.

Mesmo com o destaque da cana, Uberaba mantém uma agricultura diversificada, com produção expressiva de soja, milho, sorgo e hortifrutis, além de se destacar nacionalmente na pecuária de corte e de leite e na avicultura.

Essa pluralidade produtiva garante estabilidade econômica e consolida o município como um dos mais completos centros do agronegócio brasileiro.

Infraestrutura fortalece logística e competitividade

O avanço do setor sucroenergético atraiu investimentos robustos em infraestrutura.

Uberaba conta com um terminal rodoferroviário da VLI, que conecta a cidade ao Porto de Santos (SP), principal corredor logístico de exportação do país.

Além disso, o município é cortado por importantes rodovias nacionais e abriga parte do etanolduto, que liga Minas Gerais a São Paulo, principal mercado consumidor de etanol do Brasil.

A cidade também atraiu empresas de insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e biológicos, ampliando sua base produtiva e tecnológica.

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Sustentabilidade e inovação energética

O setor sucroenergético em Uberaba tem investido fortemente em práticas sustentáveis. As usinas eliminaram a queima da palha da cana e adotaram a colheita mecanizada, reduzindo emissões e impactos ambientais.

As unidades industriais utilizam sistemas de recirculação de água, o que diminui o consumo hídrico.

A produção de cana na região é feita sem irrigação, reforçando sua resiliência climática e eficiência ambiental.

Mesmo diante dos desafios com incêndios rurais, o setor mantém campanhas educativas e parcerias com o Corpo de Bombeiros para prevenção e combate.

Além de produzir açúcar e etanol, as usinas locais geram bioeletricidade e se preparam para produzir biometano, combustível que deve ampliar o papel da região na transição energética e na produção de energia limpa.

No horizonte, o setor também aposta em novos biocombustíveis voltados à aviação e à navegação, reafirmando seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade.

Motor do desenvolvimento regional

A cana-de-açúcar é, portanto, o motor silencioso que move a economia de Uberaba e região.

Com base em tecnologia, sustentabilidade e geração de oportunidades, o setor reforça o papel do município como símbolo de desenvolvimento e modernização do agronegócio mineiro e nacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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