PATRIMÔNIO CULTURAL

Fé e tradição marcam o início da festividade de São Sebastião em Cachoeira do Arari no Marajó

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Foto: Dário Pedrosa

Milhares de devotos participaram ontem (10) da abertura da festividade de São Sebastião, em Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó. Os devotos acompanharam o santo, considerado protetor dos vaqueiros da região dos Campos do Arari. Os fiéis celebraram a forte relação com o santo, que muitos deles chamam simplesmente de “Bastião”.

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Neste dia, seguindo a tradição, caía uma forte chuva durante a abertura dos festejos ao santo, o que já não acontecia em anos anteriores. No entanto, este ano foi diferente: uma forte chuva trouxe de volta a tradicional lama, usada nos embates de Agarra Marajoara, muito comum durante o cortejo dos mastros. Esta mesma chuva, segundo os mais antigos, indica que o ano que se inicia deverá ser de muita fartura.

Pela primeira vez, um trio elétrico conduziu a banda de música João Viana, responsável por animar o trajeto dos mastros até a praça central da cidade, onde são içados e ali ficam até o próximo dia 20 de janeiro, quando deverão ser derrubados a golpes de machados, para o encerramento da festividade.

História de fé

Há uma década, a Festividade do Glorioso São Sebastião, em Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, além da devoção e festividade do santo em todo o Marajó, são patrimônios culturais do Brasil. Os festejos ao santo acontecem há mais de 150 anos, atraindo centenas de visitantes para procissões, ladainhas e danças nos barracões.

Agora o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) atua nas escutas públicas para a revalidação de todo esse patrimônio cultural do Brasil. A revalidação ajuda a manter a tradição e faz parte de um processo feito pelo Iphan a cada dez anos.

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A existência da devoção a São Sebastião na região remonta ao período de colonização e à ação missionária no século XVI. São Sebastião é tido como protetor, advogado e também associado às virtudes do guerreiro.

A imagem de São Sebastião é recorrente nos altares das casas e também das igrejas, e está sempre presente quando há realização das festividades. Esses altares são ornamentados por fitas e flores nas cores do santo: verde, vermelho e branco.

Carlos Alberto Leão, que faz parte da Irmandade dos Devotos do Glorioso São Sebastião, explica que a Festividade do Glorioso São Sebastião, em Cachoeira do Arari, além da devoção e festividade do santo em todo o Marajó, se tornaram patrimônios culturais do Brasil pelo Iphan em 27 de novembro de 2013.

E que a festividade remonta ao tempo do Brasil Colônia. “A gente continua mantendo essa tradição da peregrinação nos campos, que acontece do dia 10 de julho de um ano até o dia 10 de janeiro do ano seguinte. Percorremos em retiros, fazendas, comunidades de Pontas de Pedras, Cachoeira do Arari, Muaná, Santa Cruz, Chaves e, às vezes, uma área que pega em Soure, Salvaterra”, conta Carlos Leão.

O pedido para o registro das celebrações em honra a São Sebastião, tido como protetor e advogado dos marajoaras, foi feito pelo Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, com o apoio da Irmandade do Glorioso São Sebastião e anuência de outros municípios da região.

A festividade simboliza a importância deste santo para o Marajó, despontando como uma das manifestações mais importantes da região.

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Revalidação do patrimônio cultural – O Iphan tem feito escutas públicas para a revalidação da festividade. Para Carlos Alberto, a revalidação do título ajuda a manter a tradição.

“A revalidação é, de certa forma, um reconhecimento de que o trabalho que fazemos de salvaguarda está no caminho certo, de que a tradição se mantenha e de que a gente tem feito ações que valorizam a devoção dessa tradição”.

Ele explica, ainda, que é por isso que o Iphan, a cada dez anos, faz esse processo de revalidação.

“Não só para incorporar no material deles novos elementos que tenham surgido nos dez anos, como também para ter um plano de salvaguarda. Agora vamos ter um Comitê Gestor, daí a importância do processo de revalidação”, disse.

Devoção – São muitos os relatos de graças alcançadas por intermédio do Glorioso São Sebastião. A cozinheira e devota do santo, Lídia dos Santos, conta sua experiência de fé e devoção.

“Tenho uma sobrinha que mora no Rio de Janeiro, hoje ela tem 16 anos, teve um nódulo no pescoço, minha irmã fez uma promessa para São Sebastião: caso ela ficasse boa, iríamos pegar o mastro das crianças para agradecer. Até me arrepio falando… e graças a Deus ela ficou boa. De 2017 para 2018, a gente pegou a bandeira do mastro das crianças e fizemos o mastro das crianças”, relata.

Ela lembra que aquele dia foi emocionante para a comunidade, em especial às crianças.

“As crianças carregaram o mastro desde casa, no dia 10 de janeiro, até a porteira para esperar o santo chegar. E da porteira, depois que o santo chega que dá a bênção e segue na procissão, até a igreja, até chegar à praça do mastro. Somos muito gratos a São Sebastião por essa graça alcançada”, agradece.

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Tentativa de roubo é frustrada pela Polícia no Marajó

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Foto: Divulgação

Na noite de quarta-feira(22), por volta das 22h, uma tentativa de roubo foi frustrada pela atuação da polícia no antigo trapiche municipal de Cachoeira do Arari, no Marajó.

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De acordo com informações repassadas pela Guarnição de Serviço, durante rondas ostensivas, os policiais foram acionados por um cidadão que informou sobre uma ação criminosa em andamento. Três homens armados teriam invadido uma embarcação, onde mantinham uma vítima amarrada.

Ao se deslocar para o local indicado, os policiais flagraram os suspeitos ainda na embarcação. No entanto, ao avistarem a viatura, os criminosos fugiram, atravessando o rio e entrando em uma área de mata para evitar a captura.

A vítima foi encontrada amarrada, mas sem ferimentos graves, e relatou que os indivíduos estavam armados. A pequena embarcação utilizada na ação criminosa também foi apreendida.

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A vítima e o barco foram encaminhados à Delegacia de Polícia de Cachoeira do Arari para esclarecimentos

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