RELATÓRIO DO CGU
Abrace o Marajó não entrega obras e dá prejuízo superior a R$ 2,5 milhões
Entre os 12 dos 133 projetos, ações e iniciativas — que são chamados de PAIs — dentro do Plano de Ação do ‘Abrace o Marajó’, analisados pela CGU, apenas três foram implementados
MARAJÓ

A Controladoria Geral da União (CGU) identificou irregularidades e possíveis prejuízos aos cofres públicos em ações do Programa Abrace o Marajó, criado durante a gestão da senadora Damares Alves (Republicanos) no extinto Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, no governo Bolsonaro. As perdas podem ser de mais de R$ 2,5 milhões, segundo relatório de avaliação. O programa, uma das principais bandeiras da atual senadora, foi criado para combater a vulnerabilidade social, econômica e ambiental nos 17 municípios que integram a Região de Integração do Marajó.
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A CGU apontou que os projetos, ações e iniciativas do Abrace o Marajó não foram concluídos dentro do prazo, “dificultando a consecução do objetivo de programa de ampliar o alcance e o acesso da população marajoara aos direitos individuais, coletivos e sociais”. A participação da sociedade civil também foi prejudicada, na avaliação da Controladoria.
Entre os 12 dos 133 projetos, ações e iniciativas — que são chamados de PAIs — dentro do Plano de Ação do ‘Abrace o Marajó’, analisados pela CGU, apenas três foram implementados. Nos demais, um foi parcialmente realizado; sete não foram cumpridos e um apresentou irregularidades na execução. Este último foi a obra de saneamento básico de Salvaterra, que não dispõe de um sistema de coleta e esgoto sanitário.
Orçada em R$ 5,7 milhões, a obra em Salvaterra deveria beneficiar 9,7 mil pessoas no município, segundo dados do painel de monitoramento do programa, mas não foi concluída no prazo previsto, que era maio de 2021. As vistorias da CGU identificaram um percentual de 56% de conclusão das obras, embora a prefeitura de Salvaterra sinalize que os serviços executados já consumiram o total do orçamento.
O prejuízo estimado é de R$ 2,5 milhões. Esse valor pode ser maior “considerando o impacto social junto à população de Salvaterra, devido à obra já apresentar um atraso acumulado de mais de seis anos em relação à previsão inicial”, diz o relatório.
O relatório da CGU recomendou a apuração da responsabilidade sobre a utilização total dos recursos antes da finalização do projeto.
Projetos não saíram do papel
Segundo a CGU, outras iniciativas do ‘Abrace o Marajó’ também não saíram do papel. Uma delas foi a Casa da Mulher Brasileira, em Breves, no arquipélago do Marajó. Com orçamento de R$ 823 mil, o equipamento de combate à violência contra a mulher ainda não tem contrato assinado. A previsão de entrega era julho de 2022.
O relatório aponta que o governo federal chegou a emitir notas de empenho de mais de R$ 800 mil para a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, do governo do Pará. Em contrapartida, a secretaria deveria entrar com outros R$ 808 mil, totalizando mais de R$ 1,6 milhão para a casa.
De acordo com o relatório, o governo chegou a realizar o edital para a obra em agosto de 2022. Contudo, ainda não teria sequer ocorrido a assinatura do contrato com o vencedor do edital. A CGU também não conseguiu encontrar comprovação de que as transferências do governo federal, que seriam feitas via Caixa, teriam de fato ocorrido.
A Casa da Mulher Brasileira foi uma das principais apostas do governo de Dilma Rousseff (PT) para o enfrentamento da violência contra a mulher no Brasil. Ela funciona como um centro de atendimento multidisciplinar para mulheres vítimas de violência. Em 2019, a Agência Pública mostrou que Damares não estava usando na prática o orçamento para o CGU aponta irregularidades e prejuízos aos cofres públicos em programa de Damaresprojeto.
A senadora Damares Alves foi procurada, mas ainda não respondeu os questionamentos da reportagem.
A CGU também apontou divergências entre os orçamentos apresentados no plano de ação do Abrace o Marajó, os valores indicados no painel de monitoramento do programa e os custos identificados na auditoria. Essas divergências são apontadas em, pelo menos, sete ações: o programa Mais Luz para Amazônia; a construção, ampliação ou reforma de creches, pré-escolas, escolas, quadras esportivas e coberturas de quadras esportivas; a obra de saneamento básico de Salvaterra; o projeto Famílias Fortes (que capacitaria agentes municipais para ensino à distância); ações de saúde para as populações ribeirinhas das áreas remotas do Arquipélago do Marajó; a Casa da Mulher Brasileira; e o programa de investimento na aviação regional.
Outro problema apontado pela CGU é que o Ministério de Damares não checava as informações do painel de monitoramento do Abrace o Marajó. O monitoramento funcionava assim: o governo coletava mensalmente dados das instituições parceiras sobre o andamento dos projetos, inclusive do que foi gasto do orçamento e o que foi entregue. Contudo, segundo a CGU, o Ministério não verificava se as informações enviadas estavam corretas. Isso levou, por exemplo, a mais de cem registros de projetos em execução com status “em execução”, porém sem nenhuma informação sobre o que foi entregue.
A CGU também identificou um período no qual o monitoramento não aconteceu. Durante quase um ano, de maio de 2021 até fevereiro de 2022, não há registros da alimentação de dados pelos parceiros.
Segundo a CGU, o programa não adotou monitoramento a partir de sistema de indicadores. O objetivo geral do Programa Abrace o Marajó era melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), medida que indica três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. Para a CGU, no entanto, o indicador não é válido para o programa, já que não permite medir o desempenho e resultados. O relatório de avaliação ainda diz que não foi possível analisar os resultados de indicadores e metas já que eles não foram definidos.
O Abrace o Marajó envolvia recursos na ordem de R$ 720 milhões, segundo o Plano de Ação 2020-2023. O atual governo apontou superficialidades nas ações realizadas pelo programa, que foi descontinuado e substituído pelo Cidadania Marajó

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Em Soure, Operação ‘Curupira Mirim’ leva capacitação para enfrentar exploração sexual

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) realizou nesta quarta-feira (24) mais uma capacitação preparatória no âmbito da Operação “Curupira Mirim”. Comerciantes e representantes da rede turística de Soure, município do Arquipélago do Marajó, participaram da ação, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para prevenir a exploração sexual e o tráfico de crianças e adolescentes.
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Realizada desde o início de setembro, a Operação já passou por Castanhal, Belém (incluindo as ilhas de Mosqueiro e do Combu), Marituba e Ananindeua. Em Soure, cerca de 90 participantes foram capacitados, incluindo donos de bares, restaurantes e integrantes da rede hoteleira local. A ação mobiliza órgãos federais, estaduais e municipais e prepara a sociedade local para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, na capital paraense.
Rede de proteção – O secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, reforçou que a capacitação visa fortalecer uma rede de proteção com os donos de estabelecimentos. “A Operação ‘Curupira Mirim’ protege nossas crianças e adolescentes, resgatando o símbolo da COP30, que é o Curupira, e fortalecendo a proteção infantil. A Operação já passou pela Região Metropolitana de Belém, e pelas ilhas, e agora chega ao Marajó Oriental para capacitar e consolidar essa rede de proteção no Estado”, informou o titular da Segup.
A Operação, coordenada pela Diretoria de Políticas de Segurança Pública e Prevenção Social (DPS), da Segup, contou com a participação de outros órgãos, como as secretarias estaduais de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e de Turismo (Setur), Fundação ParáPaz, Ministério Público, Ministério do Turismo e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Foram abordados temas como turismo responsável, Código de Conduta Brasil, boas práticas para bares e hotéis, acolhimento e encaminhamento de vítimas, identificação de sinais de violência sexual e prevenção de crimes relacionados.
Consciência social – A delegada Ariane Santos, titular da DPS, destacou o papel dos comerciantes na proteção de crianças e adolescentes. Segundo ela, “essa conscientização e a troca de informações são fundamentais para que eles participem ativamente no enfrentamento à exploração sexual infantil. O objetivo é levar informações e reafirmar o compromisso das ações do Comitê de Enfrentamento a Crimes Sexuais contra Crianças e Adolescentes no Pará, especialmente no contexto da COP30, mantendo crianças e adolescentes como prioridade absoluta”.
Rosely Coroa, técnica da Setur e agente local do Turismo Responsável no Pará, ressaltou a importância da ação no Arquipélago do Marajó, um dos destinos turísticos mais procurados no Estado. “A Operação busca prevenir, informar, mobilizar e chamar a sociedade para assumir o compromisso de proteger crianças e adolescentes, garantindo direitos de forma responsável, alinhado aos eixos do Turismo Sustentável/Responsável”, disse a técnica da Setur.
Para a turismóloga e presidente da Associação de Turismo de Soure, Dileane Silva, a capacitação foi produtiva e estratégica, envolvendo a rede hoteleira que, a partir desta ação, passa a multiplicar os temas abordados. Para ela, “o tema é de extrema importância para a nossa ilha, pois só podemos ajudar a combater essa realidade com esclarecimento e conhecimento de causa, exatamente o que nos foi ofertado hoje”.
Na quinta-feira (25), a Operação “Curupira Mirim” prossegue para Salvaterra, também no Marajó, ampliando a qualificação e a disseminação de informações para prevenção e enfrentamento à exploração sexual e ao tráfico de crianças e adolescentes.
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