COMUNIDADES ISOLADAS
Arcon pode conceder autorizações provisórias para lanchas no Marajó, mas não dá prazo
Agência fez orientações, se comprometeu em agilizar a avaliação dos pedidos de regularização das embarcações e deve interceder junto à Capitania dos Portos
MARAJÓ
A Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Pará (Arcon) vai priorizar a análise dos pedidos de regularização das embarcações que fazem o transporte de passageiros nas comunidades ribeirinhas de Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari e de Breves, todas no Marajó. A Agência deve interceder junto à Capitania dos Portos e existe a possibilidade da emissão de uma permissão provisória e emergencial para que os passageiros não fiquem sem transporte, como já acontece em cinco comunidades de Cachoeira do Arari desde de o naufrágio da lancha Dona Lourdes 2, que deixou 22 mortos e uma criança desaparecida. As informações são do secretário Regional do Marajó, Jaime Barbosa, que intermediou uma reunião entre autoridades marajoaras, representantes dos moradores, marítimos e a Arcon, realizada ontem (20) em Belém.
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Segundo Jaime, os dirigentes e técnicos da Arcon ouviram as demandas marajoaras, fizeram orientações e se comprometeram em agilizar a avaliação da documentação entregue recentemente e as demais que já tramitavam no órgão. A Agência também não negou a possibilidade de conceder autorizações provisórias de tráfego pelos rios, mas não se comprometeu com datas.
“A solução é analisar a documentação dos operadores de transporte, principalmente a questão da avaliação que a Capitania dos Portos faz, o que libera as embarcações para fazer as viagens. A partir daí, é fazer a avaliação desses documentos criteriosamente. Enquanto estiver tramitando o procedimento para que eles possam se tornar permissionários, a Arcon também [deve] fazer uma vistoria e conceder uma liberação provisória para que eles possam trafegar enquanto o processo vai tramitando em caráter de urgência”, afirmou Jaime ao Notícia Marajó.
Segundo Jaime, para que a permissão seja emitida, “as embarcações teriam que estar totalmente legalizadas na Capitania, teriam que entrar com um processo de concessão na Arcon, e a Arcon avaliar, primeiramente, as documentações e, de repente, conceder uma permissão provisória e emergencial para que que nosso povo ribeirinho não deixe de ser atendido”.
A Arcon confirmou que os donos de embarcações que estão com processo junto à Agência e os que buscam legalização, foram atendidos pela Gerência do Grupo Técnico Hidroviário “para que os trâmites legais sejam agilizados para o andamento do processo de regularização das embarcações”.
Sem explicar quais, a Agência de Regulação informou que “busca alternativas para expandir os serviços de transporte intermunicipal hidroviário para o Marajó. Para isso, levanta as necessidades da população de Cachoeira do Arari”.
A Arcon também garantiu que, após os estudos técnicos, “encaminhará a relação das embarcações para a Capitania dos Portos, buscando parceira, em caráter emergencial para a ampliação da prestação de serviços às comunidades da região”.
Ribeirinhos isolados no Marajó
Desde o naufrágio da Lancha Dona Lourdes 2, o transporte fluvial nas comunidades ribeirinhas de Cachoeira do Arari está interrompido. Com portos e lanchas irregulares, os marítimos temem a fiscalização que aumentou após o desastre e não se arriscam mais em viagens clandestinas. Os moradores seguem sem poder se deslocarem até Belém e planejam uma manifestação.
O secretário Regional do Marajó, Jaime Barbosa, explicou que na zona urbana o transporte fluvial está regularizado. O problema são nas comunidades ribeirinhas de Aranaí, Chipaiá, Caracará, Anuerá e Urucuquara, que sofrem com a dificuldade para chegar à sede do Município e até a capital, via Icoaraci.
Comunidade reclama e planeja protesto
Rodrigo Lobato Oliveira mora na Vila Caracará e contou que está sem transporte há quase três semanas. Segundo ele, o porto da sua vila é irregular e a embarcação também. O proprietário da lancha suspendeu as viagens após o naufrágio por medo da fiscalização da Marinha, que ficou mais rigorosa.
“Está muito difícil. A gente está sem transporte fluvial para ir até Belém fazer as compras, receber dinheiro. E as lanchas que estão operando aqui são todas irregulares”, explicou ao Notícia Marajó.
Segundo o morador, além de irregulares, as lanchas são pequenas e quando saem vão lotadas, gerando risco de novos naufrágios.
“As lanchas aqui de Caracará são irregulares e não querem ir para Belém com medo de a Marinha pegar e prender. Nós vivemos outro sufoco é que quando a lancha vai para Belém sai lotada. Quando dá a maresia (ondas) tem vezes que a gente quase vai para o fundo, parece que a lancha vai naufragar”, completou o morador.
Rodrigo relatou que a insatisfação com a demora está aumentando e que os moradores já planejam uma manifestação para chamar atenção das autoridades.
MARAJÓ
Decreto do governador amplia o prazo para a rastreabilidade de bovinos e bubalinos no estado
O Governador do Pará, Helder Barbalho, assinou, nesta terça-feira (2), o decreto nº 5.074, que amplia o prazo da rastreabilidade bovina e bubalina no estado. Com o decreto, a identificação dos bovinos e bubalinos pode ser feita até 31 de dezembro de 2030. A assinatura ocorreu durante a 64ª edição do Encontro Ruralista, organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e realizado na sede da entidade.
A medida ocorre para atender o setor produtivo. Antes, os produtores tinham até 1º de janeiro de 2026 para identificar o rebanho movimentado com brincos (visual e eletrônico) estando com a Guia de Trânsito Animal (GTA) em dia, e até 1º de janeiro de 2027 para a identificação total de todo o rebanho bovino e bubalino, conforme estabelecia o decreto do programa Pecuária Sustentável do Pará.
O novo decreto considera que o processo de identificação individual e a rastreabilidade de bovinos e bubalinos no Estado do Pará, no âmbito do Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), constitui atividade permanente e sistemática das ações de Defesa Sanitária Animal do Estado do Pará e que, portanto, terão seus prazos estendidos.
A identificação dos bovinos e bubalinos movimentados, para qualquer finalidade, inclusive abate, cria, recria, engorda, leilões e exportação, deverá ocorrer até 31 de dezembro de 2030.
“Queremos mostrar a capacidade produtiva com integridade, com boas práticas e, acima de tudo, fazer um grande chamamento ao mercado nacional e internacional para poder valorizar quem produz de forma correta, sustentável e responsável e isso está sendo feito no Pará. Hoje, com a ampliação desses prazos, atendemos o setor produtivo e provocamos os mercados a valorizar aqueles que produzem com regularidade ambiental, agregando valor e boas práticas, assegurando esse movimento: de um Estado que produz e de um Estado que respeita o meio ambiente”, afirmou o governador.
Programa Pecuária Sustentável
O Programa Pecuária Sustentável do Pará foi lançado durante a COP 28, em Dubai, e é a maior iniciativa de rastreabilidade individual do Brasil. A proposta é promover uma nova pecuária no estado, conciliando desenvolvimento econômico e regularização ambiental. Com parceria entre setor público e privado, ele prioriza a alta produtividade, segurança sanitária, a transparência e responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva, visando a produção de carne de qualidade com sanidade animal e livre de desmatamento.
O objetivo do programa é implementar a rastreabilidade animal, um dos eixos de comprovação da origem dos animais, abrindo espaço de comercialização da carne produzida no Pará para os mercados internacionais exigentes, como o europeu e o chinês, além do fortalecimento da confiança dos consumidores. A meta do programa é rastrear 100% do rebanho bovino movimentado no Pará, agora, até 31 de dezembro de 2030.
Dados do Sistema de Gestão Agropecuário (SIGEAGRO) da ADEPARÁ apontam que o Pará tem o segundo maior rebanho do país, com 26 milhões de bovinos, e o primeiro em bubalinos com 782 mil cabeças de búfalos, mais de 70% concentrados no Marajó.
Anúncio do novo prazo ocorreu durante o 64º Encontro Ruralista
Com a participação de lideranças, produtores e representantes do Sistema FAEPA/SENAR/FUNDEPEC, além de autoridades, a edição 2025 do encontro discute temas estratégicos como a prestação de contas das entidades, os resultados do Agro na COP30, mercado de carbono, impactos da expansão de áreas protegidas, reforma tributária e financiamento para o agro.
A gestão e o desenvolvimento rural também fazem parte da pauta, incluindo regularidade fiscal (ITR), logística, saúde no campo, pecuária de leite, fundo eventos, temas fundiários e ambientais, comunicação, educação formal, energia e iluminação pública, irrigação, além das ações e programas do Senar, PS-JA, FPR, NCR e o fortalecimento dos núcleos e sindicatos, entre outros de fundamental importância para o setor.
“A ideia de trazer as lideranças e discutir o assunto é exatamente buscando o desenvolvimento do Estado. Hoje nós avançamos muito! Primeiro com a presença do governador, que a respeito da rastreabilidade bovina prorrogou até 2030”, afirmou o presidente da Faepa, Carlos Xavier.
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