SECA HISTÓRIA
Mais três cidades decretam emergência no Marajó e duas confirmam para próxima semana
Em Ponta de Pedras estrada está sendo aberta para levar socorro aos moradores das comunidades na região do Anajás Grande
MARAJÓ
Pelo menos mais três cidades do Marajó decretaram situação de emergência em decorrência da seca do Rio Amazonas que afeta as áreas centrais do Arquipélago. Depois de Chaves e Anajás, foi a vez de Muaná, Santa Cruz do Arari e Bagre entrarem em emergência e agora tentam homologação junto ao Governo do Estado para terem acesso a recursos e receberem ajuda. Na próxima semana, as prefeituras de Oeiras do Pará e de Ponta de Pedras devem adotar as mesmas providências.
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Em Muaná, o prefeito Biri Magalhães justificou o decreto informando que as regiões do Alto e Centro Rio Atuá, nas localidades de Mato Grande, Limão, Umarizal, Baratas e Jaratuba sofrem os efeitos da seca na agricultura, na pecuária e no abastecimento de água, inclusive, potável.
O gestor disse que já tentou perfurar poços sem sucesso e que o Município não possui recursos suficientes para prestar socorro a todas as vítimas da estiagem. Por isso ele decretou a situação de emergência e foi até Belém nesta sexta-feira (17) apresentar o documento na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), na Casa Civil e na Defesa Civil do Governo do Estado.
O prefeito de Bagre, Clebinho Rodrigues confirmou que decretou a situação de emergência por causa da seca que atinge moradores da comunidade Novo Repartimento, no Alto Rio Jacundá, onde nem pequenas embarcações com motores rabudos estão conseguindo navegar. Ele acrescentou que além da seca, a cidade sofre com as queimadas e com a fumaça que se aproximam de outros municípios.
A Prefeitura de Santa Cruz do Arari confirmou, por meio do departamento jurídico, que já decretou a situação de emergência. O professor e secretário Municipal de Meio Ambiente, Rosemiro Pamplona, informou que as localidades de Mocoões (pertencente a Chaves, Santa Cruz e Anajás), Miritizal, São Marcos, Francês e Vila Santa Rita, além da Vila Joviniano Pantoja são as mais atingidas.
Segundo o secretário, “a água potável está sendo distribuída por contêineres de 1 mil litros. Há duas forças tarefas. A primeira é feita por uma camionete que distribui um contêiner e o restante pelo poder público que distribui seis contêineres”.
Oeiras e Ponta de Pedras são as próximas
A situação no Marajó, dizem moradores antigos, não tem precedentes históricos e assusta. Em Oeiras, a prefeita Gilma Ribeiro confirmou que vai decretar estado de emergência e revelou que as queimadas são preocupantes
O mesmo deve fazer a prefeita de Ponta de Pedras, Consuelo Castro. Ela trabalha na minuta do decreto e espera publicá-lo na segunda-feira (20).
Moradores das comunidades Humaitá, Beiradão e Lavrado, em Ponta de Pedras, enviaram fotos relatando a escassez de água potável e a falta de comida. Os poucos açudes que ainda possuem água, estão impróprios para o consumo. Sem água na mata, macacos e capivaras se aproximam destes para beber água.
Os ribeirinhos pedem ajuda e reclamam da demora da Prefeitura em decretar situação de emergência e cita os casos de Chaves e Anajás, que agiram com mais rapidez.
A prefeita Consuelo Castro disse que além da elaboração do decreto e de procurar a Defesa Civil do Estado na semana que vem, ela trabalha com tratores na abertura de 15 quilômetros de estradas para chegar até as comunidades afetadas na região do Anajás Grande, perto da divisa com Santa Cruz do Arari. Parte do caminho será percorrida pelas estradas já abertas nas fazendas.
A estrada vai abrir acesso para levar água e mantimento para os cerca de 2 mil moradores afetados pela seca dos açudes. A água a prefeitura tem na sede do município, o que vai faltar e o que Consuelo vai buscar junto ao Governo do Estado é um caminhão pipa para fazer o líquido chegar até as comunidades.
Silêncio do Estado
Procurado pela reportagem, o Governo do Estado não informou quais ações estão sendo adotadas para socorrer os marajoaras atingidos pela seca e pelas queimadas.
Também não confirmou quantos Municípios tentam homologar os decretos de emergência nem falou sobre os prazos para atender aos pedidos.
O prefeito de Soure, Guto Gouvêa, que preside a Associação dos Municípios do Marajó (Amam) também não quis falar sobre o assunto para explicar como a entidade tem auxiliado os prefeitos.
Ajuda humanitária para Chaves
Durante esta semana, o Governo do Pará disse que deve entregar cestas básicas e água para o Município de Chaves nesta sexta-feira. A cidade é uma das mais afetadas no Marajó, com a seca de um lado e a invasão da água do mar sob a doce por outro lado, e foi a primeira a decretar situação de emergência e a ter o pedido homologado pelo Estado.
Chaves receberá mais de 1 mil cestas básicas com o objetivo de mitigar os efeitos da falta de alimentos causada pela estiagem. Além disso, a falta de água potável também atinge a região e, por isso, 1 mil frascos de água de 5 litros estão sendo encaminhados.
A Prefeitura de Chaves ainda não confirmou o recebimento da ajuda.
MARAJÓ
Estudantes estaduais criam filtro com caroço de açaí para coletar água limpa no Marajó
Com olhar inovador e pensamento sustentável, estudantes da Escola Estadual de Tempo Integral Professor Gerson Peres, no município de Breves, Região de Integração do Marajó, confeccionaram um filtro de carvão ativado, feito a partir do caroço de açaí, para coletar água da chuva e transformá-la em água potável. O projeto sustentável para água limpa é um dos selecionados para a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima (CYC), que será realizada pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), entre os dias 17 e 21 de março de 2025, em Belém.
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“O projeto procura levar uma solução sustentável para água limpa na comunidade brevense através da confecção de um filtro de carvão ativado feito a partir do caroço de açaí, encontrado em ambulância por toda cidade. Fomos selecionados para a CYC e a escola vive um momento de felicidade e aprendizado intenso, além de uma melhora significativa dos alunos no interesse em levar soluções sustentáveis com uso de ciências para as demandas da comunidade”, afirmou o professor orientador da iniciativa, Edson Ferreira.
A estudante da 2ª série do Ensino Médio e integrante do projeto, Cláudia Praia, conta o que tem aprendido a partir da iniciativa. “O projeto do filtro de carvão ativado traz consigo benefícios sociais, ambientais e econômicos, já que utiliza o caroço do fruto que é fonte de renda do povo marajoara, ou seja, utiliza o caroço de açaí para a criação do carvão ativado, que vai funcionar no filtro. Tenho aprendido exponencialmente sobre componentes curriculares com esse projeto e o tema é de suma importância para as comunidades marajoaras, que muitas vezes não têm água potável para o próprio consumo e este projeto procura contribuir ambientalmente para a nossa região e para o mundo. Não é apenas teoria, mas a prática de como ajudar as comunidades ribeirinhas, não só em Breves como outras cidades. Me sinto honrada em fazer parte desse projeto de poder ir à Conferência. Quero muito aprender novas coisas e trazer mais conhecimento para a população da minha região”, comentou.
Para o estudante da 2ª série do Ensino Médio, Alisson Gabriel Cardoso, que faz parte do projeto e também é um dos selecionados para ser embaixador da 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima (CYC), “o tema é essencial para um futuro sustentável, rico em biodiversidade e é de suma importância que todas as pessoas saibam o valor da sustentabilidade para que assim possamos pensar em um mundo melhor”, disse.
Ainda segundo Alisson, estar dentro do projeto e poder representar a comunidade escolar em um evento internacional é uma grande responsabilidade. “Tenho ampliado muito meu conhecimento nos componentes curriculares de Química, Física, Geografia, Educação Ambiental, e também tenho buscado saber mais sobre a importância da preservação do meio ambiente. O projeto do filtro de caroço de açaí inclui muitas coisas, desde a reutilização do caroço de açaí, a purificação da água, a questão científica, que é a química e a física, dentre outros aspectos. Para mim, é uma grande responsabilidade, pretendo contribuir bastante com o projeto e também aumentar o meu conhecimento sobre o meio ambiente, e mostrar a capacidade desse projeto para o mundo, além de compartilhar os ensinamentos e experiências vividas na Conferência Internacional Infantojuvenil”, destacou o estudante embaixador.
Além da coleta de água da chuva para transformação em água limpa, o projeto integra outras ações sustentáveis como a produção de sabão ecológico, mosquitoeiras em garrafas pet e a horta ecológica. “As ações têm impactos positivos no processo de ensino, aprendizagem das Ciências da Natureza e suas Tecnologias (CNT) e educação ambiental, além de despertar o pensamento científico e investigativo dos alunos em levar soluções para as demandas sociais como a falta de água, desperdício de sementes de açaí e despejo de garrafas pets na natureza”, ressaltou o professor Edson.
CYC – A 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre educação e mudança do clima é uma iniciativa inovadora do Governo do Pará, executada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que visa fortalecer o engajamento dos jovens nas questões ambientais e garantir sua participação ativa na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025 na capital paraense.
O evento está alicerçado em um dos objetivos da Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima do Pará, que garante a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação do meio ambiente. Ao proporcionar um intercâmbio de experiências entre estudantes amazônidas e jovens de diferentes regiões, a CYC busca estimular a criação de projetos que contribuam para a proteção do planeta. O evento representa um marco histórico, que enfatiza a importância da educação ambiental e reafirma o Pará como protagonista nas discussões globais sobre mudanças climáticas.
Serviço: Para mais informações sobre a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC) acesse o site cyc.seduc.pa.gov.br
Fonte: Governo PA
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