LAÇOS
Multiparentalidade no Marajó: um exemplo de união e proteção familiar
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Aos 8 anos, A.B.D.S.P., moradora de Afuá, no arquipélago do Marajó, carrega consigo uma história inspiradora de amor e cuidado. Com a mediação da Defensoria Pública do Estado do Pará, por meio do Núcleo Regional do Marajó, a criança foi reconhecida pela Justiça como filha de duas mães e dois pais. Sua vida é marcada pela segurança da multiparentalidade, que uniu laços biológicos e afetivos e garantiu proteção jurídica e emocional para o seu pleno desenvolvimento.
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A história teve início em um momento de dificuldade para a mãe biológica, Laurivanda de Souza Ferreira. Diante de uma grave enfermidade do pai biológico da criança, Laurivanda precisou acompanhar o marido em um tratamento médico em Macapá, no estado do Amapá. Sem condições de cuidar sozinha da filha nesse período, confiou temporariamente a guarda dela aos compadres e vizinhos de longa data, Francisca dos Santos Oliveira e Manoel Alfaia Barbosa.
Durante o tempo em que esteve com Francisca e Manoel, a menina construiu um vínculo profundo com o casal e chegou, inclusive, a reconhecê-los como pais. Mesmo após a recuperação da saúde do pai biológico, as duas famílias decidiram, em comum acordo, que a criança continuaria com Francisca e Manoel, mas em contato frequente com Laurivanda e o marido. Dessa convivência harmoniosa, surgiu uma rede de amor e cuidado que, hoje, é formalmente reconhecida pela Justiça.
Reconhecimento jurídico de um laço afetivo
Com a mediação da Defensoria Pública do Estado do Pará, por meio do Núcleo Regional do Marajó, o processo de reconhecimento da multiparentalidade foi conduzido de forma consensual e respeitosa, e culminou na formalização dos vínculos afetivos e biológicos. O defensor público responsável pelo caso, Franculino José, destacou a importância do afeto como pilar central da decisão.
“O afeto foi o elemento central desse caso. Garantir a segurança jurídica desses laços familiares reforça o princípio de que a proteção integral da criança deve estar acima de qualquer formalidade. Foi um acordo construído com diálogo e sensibilidade por todas as partes”, explicou o defensor.
Amor que une duas mães
Laurivanda, a mãe biológica, relembra com emoção o momento em que decidiu confiar a filha aos cuidados dos compadres. “Foi muito difícil. Meu marido precisava de tratamento e eu não tinha como cuidar dela sozinha. A comadre Francisca se ofereceu para ajudar e isso foi um alívio, mas meu coração ficou apertado. Chorava de saudade, pensando nela o tempo todo”, conta.
Hoje, Laurivanda é grata pela relação harmoniosa que se desenvolveu entre as duas famílias.“Nossa relação é maravilhosa. A comadre Francisca e o compadre Manoel cuidam muito bem da minha filha. Somos como uma só família, e dou graças a Deus por eles terem aparecido nas nossas vidas”, relata.
Francisca, a mãe socioafetiva, também fala com carinho sobre o impacto que a chegada da menina trouxe para sua casa.“Ela trouxe alegria pra nossa casa. Já não tinha mais criança por aqui, e, quando ela chegou, tudo ficou mais vivo de novo. Criamos um vínculo muito forte com ela, e esse laço também se estendeu aos pais biológicos. Trabalhamos juntos para garantir o melhor para ela”, explica.
Um desafio que consolidou os vínculos
A decisão de formalizar os laços afetivos surgiu após um problema na escola, quando a falta de documentação oficial gerou transtornos. A situação levou as famílias a buscarem apoio jurídico para formalizar aquilo que já existia no cotidiano. Com a orientação da Defensoria Pública, os vínculos foram reconhecidos, o que assegurou os direitos da criança e fortaleceu as relações entre todos os envolvidos.
Hoje, a Certidão de Nascimento de A.B.D.S.P. reflete a realidade de sua vida: duas mães e dois pais, unidos não apenas por documentos, mas por uma rede de amor que garante proteção e cuidado.
Exemplo de união e cuidado
O reconhecimento da multiparentalidade não apenas assegurou os direitos da menina, mas também reforçou a importância de colocar o afeto e o bem-estar infantil no centro das decisões jurídicas. Para o defensor público Franculino José, o caso é um marco, que demonstra como o Direito pode ser usado para promover a segurança emocional e jurídica de crianças em situações similares.
“A convivência familiar é um direito assegurado pela legislação, e, nesse caso, foi possível proteger o melhor interesse da criança, promovendo um ambiente saudável e amoroso para ela se desenvolver plenamente”, explica o defensor.
A história de A.B.D.S.P. é um exemplo de como a união, o diálogo e o respeito podem transformar desafios em soluções que priorizam o bem-estar de uma criança. Ao reconhecer formalmente o que já existia de fato, a Justiça fortaleceu uma rede de amor e cuidado que continuará a crescer, possivelmente inspirando outras famílias.
Sobre a Defensoria Pública do Pará
A Defensoria Pública é uma instituição constitucionalmente destinada a garantir assistência jurídica integral, gratuita, judicial e extrajudicial, aos legalmente necessitados, prestando-lhes a orientação e a defesa em todos os graus e instâncias, de modo coletivo ou individual, priorizando a conciliação e a promoção dos direitos humanos e cidadania.

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Em Soure, Operação ‘Curupira Mirim’ leva capacitação para enfrentar exploração sexual

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) realizou nesta quarta-feira (24) mais uma capacitação preparatória no âmbito da Operação “Curupira Mirim”. Comerciantes e representantes da rede turística de Soure, município do Arquipélago do Marajó, participaram da ação, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para prevenir a exploração sexual e o tráfico de crianças e adolescentes.
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Realizada desde o início de setembro, a Operação já passou por Castanhal, Belém (incluindo as ilhas de Mosqueiro e do Combu), Marituba e Ananindeua. Em Soure, cerca de 90 participantes foram capacitados, incluindo donos de bares, restaurantes e integrantes da rede hoteleira local. A ação mobiliza órgãos federais, estaduais e municipais e prepara a sociedade local para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, na capital paraense.
Rede de proteção – O secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, reforçou que a capacitação visa fortalecer uma rede de proteção com os donos de estabelecimentos. “A Operação ‘Curupira Mirim’ protege nossas crianças e adolescentes, resgatando o símbolo da COP30, que é o Curupira, e fortalecendo a proteção infantil. A Operação já passou pela Região Metropolitana de Belém, e pelas ilhas, e agora chega ao Marajó Oriental para capacitar e consolidar essa rede de proteção no Estado”, informou o titular da Segup.
A Operação, coordenada pela Diretoria de Políticas de Segurança Pública e Prevenção Social (DPS), da Segup, contou com a participação de outros órgãos, como as secretarias estaduais de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e de Turismo (Setur), Fundação ParáPaz, Ministério Público, Ministério do Turismo e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Foram abordados temas como turismo responsável, Código de Conduta Brasil, boas práticas para bares e hotéis, acolhimento e encaminhamento de vítimas, identificação de sinais de violência sexual e prevenção de crimes relacionados.
Consciência social – A delegada Ariane Santos, titular da DPS, destacou o papel dos comerciantes na proteção de crianças e adolescentes. Segundo ela, “essa conscientização e a troca de informações são fundamentais para que eles participem ativamente no enfrentamento à exploração sexual infantil. O objetivo é levar informações e reafirmar o compromisso das ações do Comitê de Enfrentamento a Crimes Sexuais contra Crianças e Adolescentes no Pará, especialmente no contexto da COP30, mantendo crianças e adolescentes como prioridade absoluta”.
Rosely Coroa, técnica da Setur e agente local do Turismo Responsável no Pará, ressaltou a importância da ação no Arquipélago do Marajó, um dos destinos turísticos mais procurados no Estado. “A Operação busca prevenir, informar, mobilizar e chamar a sociedade para assumir o compromisso de proteger crianças e adolescentes, garantindo direitos de forma responsável, alinhado aos eixos do Turismo Sustentável/Responsável”, disse a técnica da Setur.
Para a turismóloga e presidente da Associação de Turismo de Soure, Dileane Silva, a capacitação foi produtiva e estratégica, envolvendo a rede hoteleira que, a partir desta ação, passa a multiplicar os temas abordados. Para ela, “o tema é de extrema importância para a nossa ilha, pois só podemos ajudar a combater essa realidade com esclarecimento e conhecimento de causa, exatamente o que nos foi ofertado hoje”.
Na quinta-feira (25), a Operação “Curupira Mirim” prossegue para Salvaterra, também no Marajó, ampliando a qualificação e a disseminação de informações para prevenção e enfrentamento à exploração sexual e ao tráfico de crianças e adolescentes.
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