BELÉM

SECA E INCÊNDIOS

Sobe para 7 as cidades em situação de emergência no Marajó; Oeiras e Curralinho sofrem com o fogo

Situação é grave devido a estiagem severa e histórica deste verão atribuída pelos Municípios ao fenômeno ‘El Niño’

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MARAJÓ

Foto: Reprodução

Subiu para sete o número de cidades da Região de Integração do Marajó que decretaram estado de emergência em função da seca que atinge os rios na porção central da ilha e das queimadas que consomem a região das florestas. No final de semana foi a vez de Curralinho e Oeiras do Pará publicarem o decreto, ambas por causa dos incêndios florestais. Antes, conforme o Notícia Marajó informou, as cidades de Chaves, Anajás. Bagre, Santa Cruz do Arari e Muaná já haviam decretado situação de emergência.

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Em Curralinho, o prefeito Cleber Edson decretou emergência em toda a extensão do município e colocou a Defesa Civil municipal, recém regulamentada, para coordenar as ações de combate ao fogo.

Em Oeiras do Pará,  o decreto assinado pela prefeita Gilma Ribeiro destaque que o “desastre ambiental” causado pela “estiagem” severa agravada pelo fenômeno “El Niño” afetou 31 comunidades da Zona Rural, além dos bairros Santa Maria e Marapira, que sofrem com a fumaça.

Um grande incêndio consumia a floresta desde a semana passada e ameaçava moradores de fazendas próximas da cidade. No sábado, na ausência de bombeiros militares, a comunidade se reuniu e conseguiu controlar as chamas usando tratores e cercando o fogo com aceiros.

No entanto, focos menores ainda afetam os moradores em diversos pontos do município.

Entenda o caso

Durante a semana passada, as prefeituras de Chaves, Anajás, Muaná, Santa Cruz do Arari e Bagre entrarem em emergência e informaram que tentam homologação junto ao Governo do Estado para terem acesso a recursos e receberem ajuda. Nesta semana, a Prefeitura de Ponta de Pedras devem adotar as mesmas providências.

Em Muaná, o prefeito Biri Magalhães justificou o decreto informando que as regiões do Alto e Centro Rio Atuá, nas localidades de Mato Grande, Limão, Umarizal, Baratas e Jaratuba sofrem os efeitos da seca na agricultura, na pecuária e no abastecimento de água, inclusive, potável.

O gestor disse que já tentou perfurar poços sem sucesso e que o Município não possui recursos suficientes para prestar socorro a todas as vítimas da estiagem.  Por isso ele decretou a situação de emergência e foi até Belém nesta sexta-feira (17) apresentar o documento na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), na Casa Civil e na Defesa Civil do Governo do Estado.

O prefeito de Bagre, Clebinho Rodrigues confirmou que decretou a situação de emergência por causa da seca que atinge moradores da comunidade Novo Repartimento, no Alto Rio Jacundá, onde nem pequenas embarcações com motores rabudos estão conseguindo navegar. Ele acrescentou que além da seca, a cidade sofre com as queimadas e com a fumaça que se aproximam de outros municípios.

A Prefeitura de Santa Cruz do Arari confirmou, por meio do departamento jurídico, que já decretou a situação de emergência. O professor e secretário Municipal de Meio Ambiente, Rosemiro Pamplona, informou que as localidades de Mocoões (pertencente a Chaves, Santa Cruz e Anajás), Miritizal, São Marcos, Francês e Vila Santa Rita, além da Vila Joviniano Pantoja são as mais atingidas.

Segundo o secretário, “a água potável está sendo distribuída por contêineres de 1 mil litros. Há duas forças tarefas. A primeira é feita por uma camionete que distribui um contêiner e o restante pelo poder público que distribui seis contêineres”.

Construção de estradas

Em Ponta de Pedras, a prefeitura Consuelo Castro trabalha na minuta do decreto e espera publicá-lo nesta segunda-feira (20).

Moradores das comunidades Humaitá, Beiradão e Lavrado, em Ponta de Pedras, enviaram fotos relatando a escassez de água potável e a falta de comida. Os poucos açudes que ainda possuem água, estão impróprios para o consumo. Sem água na mata, macacos e capivaras se aproximam destes para beber água.

Os ribeirinhos pedem ajuda e reclamam da demora da Prefeitura em decretar situação de emergência e cita os casos de Chaves e Anajás, que agiram com mais rapidez.

A prefeita Consuelo Castro disse que além da elaboração do decreto e de procurar a Defesa Civil do Estado na semana que vem, ela trabalha com tratores na abertura de 15 quilômetros de estradas para chegar até as comunidades afetadas na região do Anajás Grande, perto da divisa com Santa Cruz do Arari. Parte do caminho será percorrida pelas estradas já abertas nas fazendas.

A estrada vai abrir acesso para levar água e mantimento para os cerca de 2 mil moradores afetados pela seca dos açudes. A água a prefeitura tem na sede do município, o que vai faltar e o que Consuelo vai buscar junto ao Governo do Estado é um caminhão pipa para fazer o líquido chegar até as comunidades.

Silêncio do Estado

Procurado pela reportagem, o Governo do Estado não informou quais ações estão sendo adotadas para socorrer os marajoaras atingidos pela seca e pelas queimadas.

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Também não confirmou quantos Municípios tentam homologar os decretos de emergência nem falou sobre os prazos para atender aos pedidos.

O prefeito de Soure, Guto Gouvêa, que preside a Associação dos Municípios do Marajó (Amam) também não quis falar sobre o assunto para explicar como a entidade tem auxiliado os prefeitos.

Ajuda humanitária para Chaves

Durante esta semana, o Governo do Pará disse que deve entregar cestas básicas e água para o Município de Chaves nesta sexta-feira. A cidade é uma das mais afetadas no Marajó, com a seca de um lado e a invasão da água do mar sob a doce por outro lado, e foi a primeira a decretar situação de emergência e a ter o pedido homologado pelo Estado.

Chaves receberá mais de 1 mil cestas básicas com o objetivo de mitigar os efeitos da falta de alimentos causada pela estiagem. Além disso, a falta de água potável também atinge a região e, por isso, 1 mil frascos de água de 5 litros estão sendo encaminhados.

A Prefeitura de Chaves ainda não confirmou o recebimento da ajuda.

Seca histórica
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MARAJÓ

Comandante da lancha naufragada no Marajó vira réu por 24 homicídios e 62 tentativas

Justiça acatou pedido de aditamento feito pelo Ministério Público e comandante da embarcação vai responder por 24 mortes e 62 tentativas de homicídio

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Foto: Agência Pará/Arquivo

A juíza da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, Sarah Castelo Branco, acatou a manifestação do Ministério Público do Pará (MPPA) e dos advogados das vítimas para considerar o comandante da lancha Dona Lourdes 2, Marcos de Souza Oliveira, réu pelo assassinato de 24 pessoas e pela tentativa de homicídio conta outras 62. A decisão foi publicada no dia 7 de dezembro e hoje (12) o réu foi citado formalmente na secretaria do Tribunal. Agora ele tem dez dias para se defender por escrito.

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A decisão é considerada uma vitória para as vítimas e familiares as vítimas fatais do trágico naufrágio ocorrido no dia 8 de setembro de 2022. Inicialmente, após falha da Polícia Civil nas investigações, apenas oito pessoas haviam sido denunciadas. Agora, com todos identificados, a expetativa dos integrantes do coletivo Vidas Marajoaras Importam é de que seja feita justiça.

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“Eu e o Coletivo estamos felizes com essa decisão porque desde do início a gente vem falando que são 24 vidas ceifadas e lutamos também por esta decisão. Agora a justiça está agindo de forma correta”, afirmou a integrante do coletivo, Layanni Batalha.

Entenda o caso

Conforme o Notícia Marajó informou, em outubro o MPPA entendeu que um bebê que estava na barriga da mãe durante o naufrágio da lancha Dona Lourdes 2 também é uma vítima da tragédia e atualizou o número de vítimas fatais para 24.

A confirmação foi feita no aditamento à denúncia proposto pelo 2º Promotor de Justiça do Tribunal do Júri, Edson Augusto Cardoso de Souza.

A criança estava na barriga da mãe a caminho do parto em Belém e o feto chegou a ser expelido na maré. Nem o bebê nem a mãe sobreviveram. As alegações legais eram de que a criança não possuía CPF.

“Agora, graças a Deus, entenderam que era uma vida, mais uma vida que se perdeu nesta tragédia”, afirmou Nayanni Batalha, integrante do movimento Vidas Marajoaras Importam.

Punição severa

O aditamento, explicou o MPPA, tem como objetivo propor sanções punitivas proporcionais ao número de vítimas afetadas pela tragédia, que ceifou 24 vidas e afetou a integridade física e psicológica de 62 sobreviventes.

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O promotor Edson Augusto ainda requereu, à época, que fossem contabilizadas individualmente todas as incorrências dos 24 crimes de homicídio qualificado e 62 crimes de tentativa de homicídio, alegando que os sobreviventes passaram por situação “alto de risco devido à irresponsabilidade do réu Marcos de Souza Oliveira”.

O aditamento oferecido decorreu das diligências empreendidas em autos suplementares de inquérito policial, através de depoimentos e juntada de documentos no decorrer do processo, que originalmente contava apenas com a acusação de homicídio qualificado pelas vítimas fatais.

Irregularidades

Ao oferecer a denúncia inicial em outubro de 2022, já constava dos autos que a embarcação operava de forma clandestina, não estando autorizada a oferecer o serviço de transportes de passageiros, bem como os equipamentos de segurança, como os coletes, estavam em desconformidade com as normas em vigência.

Além disso, segundo relatos, o réu não orientou os passageiros como procederem, quando a embarcação estava afundando, pelo contrário, disse não ser preciso apanhar os coletes.

Por fim, o número de passageiros estava sem controle, pois o próprio acusado, perante a autoridade policial, disse não haver lista de passageiros, já tendo o barco parado em vários portos, com seguidos embarques de mais passageiros.

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